O Alcoólicos Anônimos (AA) da Vila Prado completa hoje 24 anos de existência. Diariamente frequentam as reuniões até 10 pessoas e o programa desenvolvido pelo grupo segue três legados: recuperação, unidade e serviço.

 

O AA é uma irmandade de homens e mulheres que compartilham suas experiências de força e esperança a fim de resolver seus problemas comuns e ajudar outros indivíduos a se recuperarem do alcoolismo.

O alcoolismo é uma doença catalogada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e o objetivo da AA é deter o avanço da doença. A abordagem e o tratamento acontecem após o próprio alcoólatra aceitar ajuda contra a doença, que é progressiva, incurável e fatal.

Em 2010, uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde revelou o aumento de 16,2% para 18,9% no percentual de brasileiros que declararam ter abusado do álcool, entre 2006 e 2009.

“Depois que conheci a unidade do AA mudei muito. Não só por parar beber, mas pelo fato de ter aprendido a viver e não sobreviver. Eu bebia pra fugir dos problemas”, diz Ricardo, de 29 anos.

O único requisito para se tornar membro do AA é o desejo de parar de beber, não há taxa e nem mensalidade e também não são aceitas doações de fora, segundo os próprios membros, para que não haja a interferência externa no tratamento. Os pagamentos de despesas como aluguel, água e energia são feitos através de contribuições do grupo.

O AA não está ligado a nenhuma seita ou religião, nenhum movimento político, organização ou instituição, pois não deseja entrar em nenhuma controvérsia; não apoia e nem combate qualquer causa.

José F., de 47 anos, ressalta que o tratamento é baseado na espiritualidade, antes de entrar no grupo, há seis anos, bebia muito e vivia nas ruas, sujo e muitas vezes machucado, após conhecer e frequentar o AA, a vontade de beber desapareceu.

O programa de espiritualidade é composto por 12 passados sugeridos para que os membros se reabilitem sem imposição.

Nas sessões são realizadas trocas de depoimentos e experiências entre membros com mais tempo de sobriedade e membros de menos tempo que expressam seus sentimentos e escutam palavras de apoio. Frequentemente há palestras de especialistas e profissionais que informam e esclarecem dúvidas sobre a doença, consequências e dependência.

Heloisa, 32 anos, chegou ao fundo do poço com a dependência do álcool, a ponto de tentar um suicídio. Há dois meses passou a frequentar o AA. “A maneira como o alcoolismo é vista pela sociedade em geral representa uma enorme barreira. O AA não faz tal distinção em nosso meio; todos somos iguais, pois temos a mesma doença chamada alcoolismo”.

Para a curiosidade de muitos populares de São Carlos, o Grupo AA da Vila Prado fica no andar de cima de um bar, pela necessidade que o grupo teve de se instalar em um imóvel da cidade após sair do antigo endereço, na avenida Sallum. O prédio foi a melhor opção encontrada. Segundo os membros, isto não causa nenhuma tentação ou interferência no tratamento.

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