Quem nunca utilizou um telefone público? Conhecido por todos como orelhão! Pelo menos uma vez na vida esse telefone público nos ajudou a resolver problemas urgentes ou nos permitiu matar saudades de conversar com familiares e entes queridos.
Esses aparelhos que estão espalhados por vários lugares e em todas as cidades são ainda usados pelas pessoas? Alguém usa orelhão?
Com a instalação de aparelhos residenciais e a grande utilização dos aparelhos móveis, os conhecidos celulares, muitas pessoas deixaram de usar os telefones públicos, pela modernidade dos tempos, fácil acessibilidade e preço baixo.
Atualmente, na cidade de Ibaté, existem 130 pontos de telefonia pública. Pensando em saber se a população usa esses aparelhos de alguma forma, a reportagem do Primeira Página sondou durante 1 hora o ponto central da cidade onde esse aparelho se encontra e foi constatado que com a popularidade dos celulares e a mordomia de se ter um telefone residencial, as pessoas deixam de usar o telefone público, “Não sei mais o que é usar orelhão desde que comprei um telefone pra casa”, diz a senhora Maria Rita Soares.
Segundo dados da Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações – o Brasil fechou o mês de março de 2013 com 264,05 milhões de celulares, sendo 63 milhões só no estado de São Paulo, quatro milhões só na área de cobertura com o código 16.
A universitária Karina Cunha, que estava na cidade a passeio, disse usar raramente esse tipo de serviço. “Temos o celular hoje em nosso bolso, orelhão só se eu estiver sem credito”, comenta.
Hoje, os aparelhos podem ser utilizados por peças decorativas em praças, calçadas das cidades; durante o tempo em que a reportagem permaneceu no local, ele não foi utilizado por nenhuma das pessoas que ali estavam ou passaram. Finalizando, um dos entrevistados disse que recentemente utilizou a cabine telefônica para se esconder da chuva. “Entrei embaixo por causa da chuva, mas molhou todo o meu pé”, finaliza José Benedito.
HISTÓRIA – O orelhão faz parte da vida da população brasileira desde 1920, quando já se tinha notícia sobre a utilização de aparelhos conhecidos como semipúblicos. No entanto, foi em 1934 que a Companhia Telefônica Brasileira (CTB) instalou na cidade de Santos os primeiros telefones públicos de pagamento antecipado. A princípio, eles ficavam em postos telefônicos e estabelecimentos credenciados, como bares, cafés e padarias. Junto a eles havia uma caixa coletora de moedas e as ligações eram realizadas com a ajuda de uma telefonista.
Em 1971, os telefones públicos começaram a ocupar as calçadas. Primeiro foram instaladas em São Paulo 13 cabines circulares feitas com vidro e acrílico, mas elas foram utilizadas inadequadamente. E em 1972 a cabine foi adaptada ao seu formato que permanece até os dias de hoje.