Mais de 6 mil metalúrgicos de São Carlos e diversas regiões do estado de São Paulos começaram a pouco a passeata em favor do Emprego. A concentração começou por volta das 6h30 na praça Itália. Com bandeiras, faixas e gritos de ordem, os trabalhadores querem proteção dos empregos. O objetivo central da manifestação é reduzir e até barrar a importação de componentes de produtos da linha branca, como compressores e outros equipamentos eletroeletrônicos. 

Em última análise o objetivo dos metalúrgicos é proteger o próprio emprego dos trabalhadores. A atual política cambial vem gerando o que o professor da UFSCar e economista, Luis Fernando Paulillo, chama de “cadeias produtivas ocas”. A ideia da organização do movimento é que ele comeceem São Carlose ganhe o Brasil até chegar à Brasíia e a presidente Dilma Roussef, para que ela tome medidas que barre a importação de componentes dos produtos da linha branca.

 

A passeata, que reune sindicalistas da CUT e da Força Sindical e terminará na praça Coronel Salles com um ato público. Embora empresas como a Electrolux e a Latina Eletrodomésticos, que montam produtos finais, como tanquinhos, lavadoras de roupas e similares, não enfrentem problemas e até possam ser beneficiadas com a importação de componentes mais baratos, a Tecumseh do Brasil, que produz o compressor hermético, componente importante da geladeira, é altamente prejudicada.  “Dentro deste contexto, Tecumseh e Embraco disputam o mesmo mercado e passam por dificuldades. A Tecumseh hoje conta com 3.200 trabalhadores”, comenta o presidente do sindicato, Erick Pereira da Silva. 

O sindicalista afirma que atualmente a indústria brasileira perdeu a força como grande exportadora. Diante deste quadro, ele ressalta que não se pode, também, deixar que o parque fabril também fique sem o mercado interno. “O Brasil não é hoje uma boa base de exportação, principalmente devido ao câmbio. E alterar a questão do câmbio não é algo simples e não depende nem mesmo do governo brasileiro.Existem, inclusive países utilizando o câmbio como diferencial na situação política de mercado externo”, destaca ele.

 A importação desenfreada também é alvo de críticas de Erick.  “Devido também ao câmbio, no Brasil, a indústria nacional está aumentando a produção com compressores vindos de fora. Isso sem falar nas empresas que trazem o produto pronto e acabado do exterior”. 

Fotos Jeferson Vieira

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress