Ao adquirir um imóvel que não possui laje, alguns cuidados na escolha e manutenção de coberturas, como forro e telhado, para se evitar o risco de transtornos e acidentes.
De acordo com professora e doutora do Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU) da Universidade de São Paulo, Kelen Almeida Dornelles, a cobertura de um imóvel apresenta função de proteção importante, tanto para a edificação como das pessoas que utilizam este imóvel. A proteção deve ocorrer, principalmente, nas condições de chuva, radiação solar, vento, umidade, poeira, calor, frio, entre outros.
Para isso, deve-se levar em consideração diversos aspectos que irão propiciar condições adequadas de proteção do imóvel, entre eles: resistência mecânica das telhas, estrutura do telhado e do forro escolhido, resistência ao fogo, durabilidade dos materiais frente à ação das intempéries, conforto térmico, aspecto estético, relação custo-benefício e mão de obra de instalação.
Especificamente para o caso de coberturas sem laje, os principais cuidados a serem tomados devem ser relativos à proteção contra a umidade e a água, e também contra a transmissão de calor e ruído para dentro do ambiente.
Forros de PVC e gesso acartonado funcionam muito bem. Forros de madeira e metálico também são bastante usados. No caso do gesso, deve-se priorizar o uso de placas revestidas com pintura ou outro tipo de tratamento contra a penetração de umidade e contato com água. Ambientes fechados, sem ventilação, facilitam a deterioração do gesso e o surgimento de manchas de umidade, podendo resultar no destacamento de partes do forro.
É importante se fazer uma inspeção periódica no espaço entre o forro e o telhado para localizar possíveis pontos de infiltração de água na cobertura, e fazer a manutenção adequada. Verificando também se as placas de gesso estejam bem encaixadas entre elas, com a correta selagem das juntas.
A revisão do sistema de fixação das placas de gesso no telhado deve ser feita sempre que se perceber algum tipo de deslocamento das peças, em especial após ventos fortes que possam ter deslocado ou danificado o sistema de estrutura do telhado.
No caso de infiltração de água no forro, os aspectos visíveis são as manchas de umidade, gotejamento, apodrecimento das placas e até mesmo destacamento de peças.
“Havendo peças do forro danificadas, deve-se providenciar a troca das mesmas por peças com as mesmas características das originais, que permitirá o encaixe adequado. Dependendo da situação e da área afetada pela infiltração, providenciar a troca do forro por completo”, explica Dornelles.
Para limpeza da superfície voltada para o ambiente interno, pode-se utilizar um pano seco e realizar a repintura com tinta látex acrílica ou PVA.
Para um imóvel com forro, recomenda-se principalmente o uso de telhas cerâmicas ou de concreto, por apresentarem melhor desempenho térmico em relação as telhas de fibrocimento ou metálicas.
A professora ressalta que a manutenção do forro e do telhado deve seguir a periodicidade recomendada pelo fabricante do produto utilizado, devido às especificidades de cada material adotado nas telhas, estrutura e forro.
Forro de gesso virou moda em função do famoso “pé direito” alto. Mas depois de alguns anos a chance de uma infiltração é proxima de 100%, aí é só transtorno para retirar as partes danificadas, reparar e pintar. Sempre que possível, prefira a tradiconal laje. Os custos talvez fiquem mais caros (depende muito), mas inclusive o processo de fiação, limpeza de caixa dágua, troca de telhas é mais simples e mais fácil de dar manutenção.